terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Narrando


A Ju foi solidária ao compartilhar o blog dela e agora darei minha resposta a este estímulo seguinda a praxe da casa e contando um pouco de como comecei a caminhada na ABUB.
O conto é longo e pode ser entediante, mas é parte do pouco que eu sou.
Eu nasci em 1988, na cidade de Vassouras, interior do Rio de Janeiro. Meus pais eram recém-
casados, membros da Assembleia de Deus e moravam em uma fazenda do município de
valença, perto de Barão de Juparanã.
Cronologicamente grande parte da minha caminhada foi influenciada pelos meus pais. Algum
tempo depois eles ouviriam o “chamado” para o campo missionário, e em 1992, depois de
passar pelo treinamento na missão Kairós partem para Cabo Verde – África.
Eu poderia dizer que meu compromisso com o Evangelho era somente familiar, mas isso seria
reduzir a ação de Deus na minha a um aspecto somente. Embora meu compromisso pessoal
fosse menos profundo, menos relacional, Deus permitiu eu experimentar o serviço cristão, o
cuidado com o outro, o cuidado de outros comigo e minha família, uma verdadeira
comunidade de amor, a vida simples e a instrução bíblica. Diversos presentes de Deus que
carrego comigo até hoje.
No entanto acredito que faltava da minha parte uma resposta de amor para com Deus e
consequentemente o próximo. E isso acabou gerando cansaço, eu era quase um
ativista religioso. Depois de retornar ao Brasil não queria me envolver muito com igreja e ia aos
cultos para satisfazer minha necessidade de Deus, mas não responder ao chamado de Deus. Acabei entrando na UFES e sem saber onde estava me metendo, indo morar em São Mateus (norte do ES), um campus novo da instituição (CEUNES), resultado do incentivo do governo para interiozação das universidades federais. Entrei no curso de Engenharia de Computação e na época quase todo mundo lá em S. Mateus viera de outras cidades.
Aos poucos uma comunidade de amor e cuidado divino foi se formando. Um grupo de amigos
cristãos, colegas de sala, de curso e campus, longe dos pais, mas preocupados com as suas
respectivas respostas pessoais à pessoa de Crito. Convivência, amor e amizade - essa foi a semente que germinou no grupo local da ABU-São Mateus. Algumas festinhas, filmes, lanches no Sheyks e luais em Guriri ajudaram a aprofundarmos nesta vida em Comunidade - ser Igreja. Mas ainda faltava algo, faltava a nossa resposta de amor. Ainda não existia um grupo formal de ABU em São Mateus, então os próximos passos foram entrar em contato com a galera da ABU-Vitória, ir ter com eles, conhecê-los e amá-los, recebê-los em S. Mateus, aprender com eles, querer caminhar junto e colocar em prática as coisas que aprendemos. Dá pra ver que agente não gostou da ABU logo de cara :P. Depois disso nem tinha como escapar de se tornar de fato parte da família, logo logo a Nilsa (missionária obreira que cuida pastoralmente dos grupos do RJ e ES) já estava aparecendo em S. Mateus, Morgana, Sara e Naty (da ABU-Vitória) reaparecendo, e Rodrigo, Priscila e Kênia (ABU-Vitória) junto com eles. Foram vários encontros depois destes: locais, regionais e nacionais, e é sempre uma alegria imensa.
Aos poucos fui percebendo que minha resposta ao chamado do Mestre poderia começar aqui e agora, e mais, que a esiritualidade verdadeira abrange tudo e todos, que o Evangelho verdadeiro não é uma concepção filosófica ou teológica bonita, mas um Reino, e que vivê-lo era abraçar minha cidadania deste Reino e cultivar ser gente de verdade. Comecei a viver uma espiritualidade que nasce no dia-a-dia. Pude sentir o mover do Espírito enquanto estávamos sentados no chão fazendo uma EBI (Estudo Bíblico Indutivo) sobre os quatro primeiros versículos de Lucas.
Neste sentido ir ao IPL (Instituto de Preparação de Líderes) é, mais uma vez, sentar à mesa com meus irmãos, receber e compartilhar do Pão e Vinho - viver esta Graça. Receber, para dar, dividir e compartilhar. Comer a Palavra que gera vida: "Doce na boca, mas amarga no estômago". E depois, sair por estes Brasis, proclamar este Evangelho, compartilhar este Pão e toda vida, paz, justiça, amor e esperança que o Rei concede. Palavra e Ação do Evangelho.

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